Doação da Sombra da Mata



Foto: Luiz Antonio Granzotto

A Mata de Santa Genebra pertencia às fazendas do Barão Geraldo, que deu nome ao bairro onde hoje está a Universidade Estadual de Campinas, Unicamp. Parte do patrimônio do Barão passou às mãos da família José Pedro de Oliveira Costa, que preservou intactos cerca de 100 alqueires da mata. Em 1981, a área foi doada à Campinas pela viúva de José Pedro de Oliveira, D. Jandyra, com a condição de que se criasse uma Fundação para mantê-la e com um texto inédito na história ambiental do país: através da prefeitura, Campinas recebeu da viúva a sombra da mata. Isto quer dizer que a mata só é da cidade enquanto estiver em pé. Se houver um incêndio, e as árvores forem derrubadas e não lançarem mais sua sombra sobre a terra, a propriedade volta às mãos da família Oliveira Costa. Em 14 de julho de 1981, Dona Jandyra Pamplona de Oliveira formalizou a doação da Mata de Santa Genebra a uma Fundação Municipal criada pelo Poder Executivo Municipal, conforme publicação no Diário Oficial do Município.

Esta Fundação foi merecidamente denominada José Pedro de Oliveira e desde aquela data vem administrando e conservando a Reserva Municipal, possibilitando a realização de pesquisas e atividades educativas em várias áreas do conhecimento biológico. Uma faixa de proteção natural contra incêndios vem sendo mantida entre os limites da mata e os plantios de cana-de-açúcar, através do cultivo de soja. Por se manter como uma das maiores ilhas de mata da região, Santa Genebra já foi objeto de pelo menos 80 teses de mestrado e doutorado e 120 projetos de pesquisa. Esquadrilham a mata, há 15 anos, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e da Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós (ESALQ), da Embrapa Monitoramento por Satélite, ECOFORÇA - Pesquisa e Desenvolvimento.